Energia e construção – Retrospectiva 2024 e projeção 2025
O setor elétrico brasileiro continua se destacando como um dos mais dinâmicos e promissores do cenário econômico nacional e global. Em 2024, as operações de fusões e aquisições (M&A) ganham destaque, refletindo a confiança dos investidores, enquanto o direito regulatório e os novos investimentos em energias renováveis abrem caminho para um futuro mais sustentável. Acompanhando esse movimento, as novas regulamentações e os incentivos fiscais sinalizam a continuidade de uma transformação significativa no setor. Neste card, exploramos as principais tendências e expectativas para o ano de 2024, com um olhar voltado para as projeções de 2025.
M&A no setor elétrico
- Destaque do setor nas operações de M&A. Segundo a KPMG, só no primeiro semestre de 2024 as companhias energéticas realizaram 34 operações de M&A, conquistando o 5º lugar no Ranking Setorial de Transações. Informações acerca do segundo semestre não foram divulgadas, mas o montante supracitado já corresponde a mais da metade das operações realizadas em todo o ano de 2023 (51 operações).
- Aquecimento do mercado. Segundo especialistas, a redução da inflação e o arrefecimento dos juros estimulou a expansão de operações de fusões e aquisições em 2024, com expectativa de impulsionar as transações ainda em 2025.
- Projeção de investimentos à matriz renovável. A projeção de investimentos no setor de energias renováveis calculada pelo governo federal é de R$ 200 bilhões até 2028.
- Expectativa de fomento e investimento internacional. O BNDES firmou um acordo de cooperação com o U.S. International Development Finance Corporation (DFC), banco de fomento dos Estados Unidos. Essa parceria pode mobilizar investimentos no desenvolvimento de baterias, semicondutores de eletromobilidade, biocombustíveis, descarbonização e hidrogênio verde.
Direito regulatório do setor elétrico
- Incentivos às matrizes energéticas solar e eólica. Em abril, a Medida Provisória 1.212/2024 prorrogou em 36 meses o prazo para usinas de energia de fontes renováveis iniciarem operação comercial mantendo o desconto das tarifas dos sistemas de distribuição e transmissão (TUSD/TUST). O marco inicial das obras deve ocorrer em até 18 meses da publicação da norma, isto é, até outubro de 2025.
- Passos importantes na transição energética. A Lei do Combustível do Futuro (Lei n° 14.933/2024) trouxe diversas medidas de estímulo ao consumo de biocombustíveis, desde a previsão de incentivos fiscais até o aumento da proporção na mistura de biocombustíveis em combustíveis fósseis. Além disso, foi aprovado o Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Lei n° 14.948/2024) trazendo previsibilidade e atratividade para investimentos no setor e fomento das iniciativas voltadas à transição energética.
- Nova Agenda Regulatória da Aneel. Em novembro, foi aprovada a relação de atividades do setor elétrico que estarão suscetíveis a regulamentação no próximo biênio (2025-2026). Foram previstas 28 temáticas regulatórias, divididas em: Geração & Mercado (G&M), Transmissão & Distribuição (T&D), Regulação Tarifária e Financeira (RT&RF) e Eficiência Energética & Consumidor (EE&C).
- Novas regras de comercialização. A ANEEL aprovou as Regras de Comercialização de Energia Elétrica que irão vigorar em 2025, determinando: mudanças nos módulos de leilões de energia nova/existente, a exclusão do PLD na valoração de penalidades, adequações à Resolução 1.067/2023 e alteração da metodologia de cálculo do Custo Variável Unitário.
Construção & Gestão de Contratos
- Leilão de Transmissão garante R$ 3,35 bilhões em investimentos em novas linhas, subestações e em novos contratos. Foram viabilizados R$ 3,35 bilhões em investimentos para a construção de 783 km de novas linhas de transmissão e subestações, além de assegurar novos contratos para empreendimentos já existentes para garantir a continuidade dos serviços.
- Brasil alcança a marca de 6,5 GW em 2024, com 183 novas usinas — Agência Nacional de Energia Elétrica. As usinas quepassaram a operar em 2024 estão instaladas em 15 estados nas cinco regiões dopaís. Os destaques, em ordem decrescente, são o Rio Grande do Norte (1.687,55 MW), a Bahia (1.603,50 MW) e Minas Gerais (1.184,88 MW).
- Entre termelétricas e nuclear, Brasil tem 20 usinas de energia em construção. O país tem 19 usinas termelétricas em construção e uma nuclear. Juntas, elas vão adicionar 5.080 megawatts ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até 2026.
- BNDES e AIIB assinam memorando de R$16,7 bi parainvestimentos no Brasil. O acordo, que foi assinado durante a cúpulado G20 no Rio de Janeiro, visa financiar projetos alinhados ao fundo climático brasileiro e às políticas governamentais que buscam impulsionar o crescimento econômico.
Com um ambiente regulatório cada vez mais robusto e um volume crescente de investimentos, o setor elétrico no Brasil está se preparando para um ciclo de expansão e inovação sem precedentes. As medidas adotadas em 2024, somadas aos investimentos previstos e às novas normas em vigor, indicam um futuro promissor para as empresas do setor, que se beneficiam de um mercado em crescimento e da aceleração de projetos de energias renováveis.
As perspectivas para 2025 são de ainda mais oportunidades, com o Brasil se consolidando como um hub para o desenvolvimento de soluções energéticas sustentáveis e inovadoras.
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